5.15.2009

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Conforme se pode constatar pelo extenso panorama participativo na segunda edição do Rock Rendez Worten, parece claro que a dinâmica dos sectores dedicados ao alinhamento House, Hip Hop, trance, techno, dub, drum´n´basse e electrónica é de crescimento e consolidação, conferindo à tecnologia de processamento digital, como no caso das aplicações de reforço sonoro a invadir todos os segmentos de aplicação, benéficos esclarecimentos ao domínio audiovisual em geral.

Contudo, embora essa electrónica (experimental), quando com qualidade, nos conduza a uma profunda reflexão do processo creativo às dúvidas, certezas, ansiedades e aspirações que sua procura tem ganho nos últimos anos em Portugal, não escondo minha conservadora fidelidade por projectos pautados em suportes convencionais ou tradicionais. Caixas de ritmos a mandarem os bateristas para casa. Os teclados Midi a imitarem-nos quase toda a banda e os samplers idém, pela mesma ordem. A guitarra foi sobrevivendo às vàrias investidas, mas não saiu da contenda sem mazelas, transformando-se, subtilmente, numa espécie de "bacalhau sêco com cordas". Essa mutação deu-se pelos finais dos anos oitenta com os multiprocessadores de guitarra com versões digitais de tudo quanto era efeito conhecido até então.

Em suma, uma tecnhologia que evoluiu para a modelação virtual. Não nego o meu apreço pela mestria conterranea do J.M.Jarre ou por casos nacionais como o Mauriel, Cacho ou Vargas, entre muitos outros, e/ou aínda por elementos das editoras underground (ver a Kaos) igualmente alojados na minha estima, assumindo até que o benefício porpocionado por temperos oriundos da tecnolandia ponha a multidão a mexer em apresentações ao vivo de nomes nacionais estampados na música ligeira. É um facto. E se for em trabalhos com batida para o Verão.. sobre uma pequena frase de acordes bem orelhuda de uma figura apelativa destinada à comunidade feminina (...). Uma "trunfada" que dispensa os serviços do Luis de Matos 8) O fiasco não é ameaça, apesar da tal crise (sou optimista por defeito e confio no destino quando projectado e trabalhado de frente). Mas isso envolve trabalho de loucos em todos os sentidos!
Aliás, numa altura em que o mercado marca passo novamente num ciclo de expansão preocupante, as empresas que souberem enfrentar esta melindrosa inércia, sairão com forças redobradas, face às que apenas sabem enterrar a cabeça na areia e esperar que a crise passe. As empresas nacionais que souberem investir durante esta época (de recessão), não necessariamente aumentando os seus investimentos, mas mantendo investimentos em função dos seus objectivos, são aquelas que se encontrarão a médio - longo prazo - na linha da frente para capitalizar (uma vez mais) o crescimento do mercado. Por tudo isto, não será preciso dizer muito mais para justificar a razão pela qual a participação de todo(a)s os valores prometedores (embrionários), nestas iniciativas de plataforma - prateleira virtual é vital. Goste-se ou não da ideia, o tempo disponível continua mendigo para quem "vasculha" talentos. Pelo que apostar no mercado, seja qual for a escala pretendida, é tarefa com tracejado cirurgico à velocidade relâmpago! Os tempos mudam e os procedimentos também! Nenhum deles chega a aquecer o lugar! Tanto para músicos como para responsáveis pela industria servidora.
Algumas entidades gestoras de artistas, demasiadas (pre)ocupadas a poupar orçamento e tempo, assumindo-se sobejamente satisfeitas, preferem alegar que já têm músicos (e riscos) que cheguem, massacrando (pelas costas, obviamente) as que, apesar de um certo conforto facturado, não adormecem sob a bananeira e evitam aguardar pela ressurreição dos melhores dias.. É um pouco aproveitar cada migalha dos segundos positivos, enquanto outros fecham os olhos à espera que o tempo passe, convencidos que desligar o relógio é poupar tempo...

Isto é, cada trabalho (audio-visual) correctamente executado à escala nacional implica orçamentos colossais e uma logísica brutal de quem assume sua aposta e produção! O retorno desse aparato é, no mínimo, um começo indiscutível. Dito isto, neste caso, quer recorram à electrónica ou a instrumentos eléctricos, os concorrentes com fracos recursos não ficarão a perder se o projecto (demo) exposto, com ou sem suporte material adequado, soltar sua essência! Gravada em regime de software, hardware ou DI (Direct Input), sob ruido, impedância ou com microfones de condensador ou não, a medula do talento soa sempre a qualidade! Ou a falta dela, com ou sem o auxílio de um eventual suporte circense altamente sofisticado, condenado às catacumbas do esquecimento!

Com a minha profunda solidariedade perante iniciativas desta natureza,

Boa sorte a todo(a)s o(a)s concorrentes e bons vôos no futuro!



Laetitea



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