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10.24.2012

A TELEVISÃO EM 2013

Uma vez mais, um aparelho doméstico convertido, para muitos, a partir da sala, em "espinha dorsal" do lar, pode alterar por completo as vidas dos portugueses. A televisão, em torno da qual se construiu parte da nova sociedade, muda de rosto, e vai converter-se num aparelho imprescindível; mais ainda, se possível, do que já é hoje. No entanto, o último estertor do velho meio não resulta apenas dos progressos da tecnologia. Mas vamos por partes:

É certo que a convergência entre TV e Internet e a aplicação de linguagens digitais à emissão tradicional implicam toda uma nova forma de ver as coisas. Obedecendo à extração conclusiva dos diversos tópicos debatidos num colóquio, na passada semana em Paris, o protagonismo do aparelho receptor pode levá-lo a converter-se no centro de todas as comunicações do lar. Nele, segundo alguns cálculos, coincidirão os interesses, as projeções e os cataclismos de nada menos do que cinco indústrias: o negócio televisivo em si, as telecomunicações, a informática, a electrónica de consumo e finalmente a Internet. De facto, o aparelho que antes apenas servia para receber sons e imagens agora é a peça central de todo o tipo de estudos e, consequentemente, de operações, desde a educação interactiva até ao controlo das emoções, passando, incontornavelmente, pela cibernavegação ou videoconferência. O método é simples. Imaginemos um cenário possível. O leitor (do blogue) está a ver o seu programa desportivo favorito (futebol, acertei?) e sente uma tentação súbita e incontrolável (...) de comprar uma camisola igual à do nosso craque madeirense. Bastar-lhe-à mover o telecomando, fazendo coincidir a seta com o Cristiano e carregar num determinado botão. Com um gesto ligeiramente diferente, poderá então ler uma biografia do jogador, navegar pela Internet em busca de outros fãs e/ou pedir ao terminal que o ligue por videofone a um amigo, a quem poderá, perguntar a opinião sobre a última grande penalidade marcada pelo árbitro, por exemplo.

Todo isto e não só faz parte do novo conceito de "portal TV", no qual estão atualmente empenhadas dezenas de empresas. Trata-se obviamente de sistemas de televisão interativa em banda larga. Afastada dos habituais ratos e feixes de infravermelhos, a aposta passa por uma interface que seja imediatamente compreensível pelo espectador comum, com recurso a um menu intuitivo apresentado no próprio ecrã (tela ou monitor, como queira). Porém, por muito prometedor que pareça o futuro (neste sentido), a prosaica realidade encalha noutros detalhes e lembra que as coisas não são assim tão simples. No entanto, há outros fenómenos relacionados com o meio televisivo que, sem assento direto nas tecnologias, propiciam a mudança. A forma de fazer televisão e, sobretudo, a forma de vê-la, tornaram-se obsoletas. Do ponto de vista do utilizador (termo importado do mundo da informática, e que tenderá a substituir os de "espectador" ou "telespectador"), a transmissão será completa, havendo inclusivamente alguns analistas que chegam a falar de uma nova espécie, chamamos-lhe Homo teledudens, capaz de tirar todo o partido da "caixinha mágica". Um conceito que encontra eco na intenção de alguns dos novos ideólogos deste meio.


Dito isto, passando ao cerne desta publicação, vamos então aos conteúdos para 2013:


Laetitea no Blogger - A televisão para 2013 (publicação)

O elevado conteúdo lúdico da nova televisão é precisamente um dos fenómenos mais notórios da transformação em curso. A Televisão já não é (já não é para alguns e deixará de ser para a maioria dentro de algum tempo) principalmente um meio de comunicação, uma plataforma de informação ou um mecanismo de controlo. É, essencialmente, uma caixa de animação. Efetivamente, de olhos postos na atual situação dos portugueses e não só, uma profunda reflexão impõe-se. Mediante a atual atmosfera depressiva, só um estudo exaustivo sobre o novo perfil do espetador pode fornecer os elementos cruciais. Sustentada e ordenada pelo "emisféro do zapping", a multiplicidade da oferta coloca uma enorme quantidade e variedade de produtos e serviços televisivos. Os (recentes) hábitos de comportamento do espectador impõem, a qualquer estação televisiva prevenida, uma programação adaptada ao novo modelo de vida. Ou melhor, quais os conteúdos procurados pela maioria agora subvertida por esta nova condição?!. Para qualquer especialista nestas lides é sabido que a espetacularidade vicia, pelo que esta requer um manuseio cauteloso. Tal como as drogas, o (tele)espectador poderá alcançar limiares de tolerância e, consequentemente, perder a capacidade de se impressionar. Todavia, devido aos atuais percusores de realidade aumentada, algumas classificações, como o sensacionalismo, não beneficiam, nesta altura, nem as televisões nem as famílias, respetivamente. Se falarmos em depreciações, gastos de financiamento e impostos, totalizamos uma série de preceitos constrangedores. Suplantar tragédias - reais - elevadas, donde se solicita moderação, com recurso a conteúdos assentes em dramas ainda maiores não ajuda ninguém e pode acarretar efeitos sociais desastrosos. A solução passa pelo apelo à tolerância, ânimo e esperança. Mais do que nunca, os portugueses precisam de uma terapêutica intensiva à base de agentes positivos.

No futuro próximo, é mais do que provável que surjam novas apostas sustentadas pelo Humor e que outras já existentes venham a beneficiar de um tónico humorístico adicional/exclusivo. A taxa acrescida deverá rondar veementemente os 20 pontos porcentuais em 2013 e 2014. Os formatos que impliquem beneficiências deixam antever um outro iníquo aumento. Enquanto isso, importa realçar que estamos a atravessar uma época despojada de mecanismos de incentivo ao investimento nesta área, nomeadamente sem um complemento liberatório a obter nesta industria, toda a intenção declarada de dinamizar o mercado do audiovisual seria um autêntico golpe - primário - ao plafond considerado de último recurso. Sejam quais forem as previsões - bolsistas - (des)favoráveis entretanto denotadas, esta quarentena estender-se-à, em Portugal, num prazo nunca inferior a três anos, isto é, no melhor dos cenários, até 2015.

Tal como foi já realçado na minha publicação «Televisão à la carte», datada de 13 de novembro de 2009, ainda não se falava na Troika, o investimento - dito inteligente - adotava já uma configuração acautelada francamente abaixo do desejado. Embora os orçamentos em causa estivessem já totalmente provisionados e os acordos anteriores não excedessem o valor da provisão, hoje há reflexos claros nas contas de exploração - variações negativas nos proveitos e variações negativas nos custos de produção. Significa isto que para o setor houve uma diminuição de valor tangível no decurso dos últimos anos. Acresce que, comemorar condignamente a Televisão em Portugal, honrando o seu passado, é assegurar a sua sustentabilidade económica e financeira, que é a garantia do seu futuro. As televisões precisam de recuperar tanto a diversidade como a amplitude do mercado.

E porque se trata de uma altura profundamente sensível onde a esperança, a solidariedade e a união representam, para Portugal, o único folgo vitalizante, compete às Televisões regenerar as correntes de (re)oxigenação positiva. Portugal sofreu um sinistro transversal e o segmento televisivo necessita de uma assistência saudável.

As Televisões precisam regozijar-se de espectadores, não de pacientes!

Laetitea

1.11.2012

Cristo Rei 2012

«Cristo Rei 2012» megasessão fotográfica levada a cabo por Laetitea
Monumento do Cristo Rei sob as objectivas fotográficas de 09 a 13 de janeiro 2012

"Esta semana o Santuário de Cristo-Rei é alvo de uma megasessão fotográfica levada a cabo por uma equipa de técnicos no âmbito de dois projectos muito específicos e mais não digo. Portanto, caso se tenha decidido pela visita ao monumento ao longo desta semana e se cruze com estes elementos todos na parte superior do pedestal – junto à estátua – não fique preocupado(a)! Assumo todas as responsabilidades dessa súbita invasão. Até à revelação dos trabalhos finais, mais detalhes sobre esta misteriosa operação podem ser adiantados aqui no meu Facebook apenas."
(Laetitea via Facebook, 09/01/2012)

Executada por uma equipa de especialistas, esta iniciativa visa a recolha de dados - precisos - alusivos ao exterior das partes superiores e inferiores do monumento. Devido aos equipamentos utilizados, a operação conta ainda com a mobilização de uma outra equipa incumbida da sua segurança.

1.25.2011

TOUR 2011 (Torre Eiffel miniatura)

TOUR 2011 by Laetitea


Torre Eiffel: Está a ser rodado um vídeo clip e anúncio cujos efeitos pretendidos exigem, para além das fontes naturais e gráficas (multimédia), o recurso a uma peça digna do Guinness. Alusiva à famosa treliçada obra em solo parisiense plantada, esta cópia não descartou elevadores ou escadarios dos seus detalhes apesar do formato escrupulosamente reduzido (110cm).


Ciente da paixão pelas miniaturas de alguns, vou aceitar a sugestão e, nun carácter exclusivo que promete surpreender todos os aficionados e não só, deixar a partilha de algumas fotografias (TOUR 2011) desde já prometida para breve no flickr.

                                                       (Laetitea on Facebook)                                                     

11.13.2009

Televisão à la carte



Discutir as preferências do telespectador - público - é incidir na sentença de Chaplin: " Eu não creio que o público saiba o que deseja; é a conclusão que eu tirei da minha própria carreira". Aliás, o realizador Valcroze estabeleceu, a este respeito, uma inteligente relação entre promotor e receptor, ao assinalar que "o produtor não sabe, por assim dizer, o que deseja o cliente, e isto por uma razão muito simples: o cliente, por o seu lado, tão-pouco sabe muito bem o que quer".

Mas não convém perder de vista o facto de que, uma vez criada (e assumida) a necessidade, os elementos para a satisfazer são geridos pelos fabricantes do produto que se oferece, não pelos respectivos consomidores.
As vontades desse utópico (tele)espectador médio só podem manifestar-se a partir do que fazem os produtores. A sua capacidade de escolha permanece sempre limitada. Além disso, uma vez que até na progamação de consumo mais elementar intervém uma série de factores de tipo artístico ou pelo menos artesanal, é impossível estabelecer directrizes a seguir, que realmente sejam válidas, com base em sondagens da opinião e/ou estudos do mercado, dado que, em rigor, cada projecto, considerado mercadoria vê fechar-se e abrir-se um cilco em si mesma.
Vejamos, como em qualquer outra ciência destinada à massas, é sumamente delicado prever o que terá êxito ou não. O principal problema reside no facto de a televisão ser um meio tão complexo de expressão de conteúdo e requerer, por consequência, pesados investimentos: por isso os seus fabricantes baseiam-se numa eventual procura, em supostas preferências que muitas vezes, por terem sido estabelecidas de forma bastante superficial, resultam não por ter afinidade nenhuma com o estudo real da questão. É possível que em função de certas circunstâncias históricas ou políticas haja momentos em que um tipo de programa tenha preferência sobre outros, o que não quer dizer que o pretendido gosto do público seja atendido, nem tão-pouco que os formatos que logram o êxito sejam as únicas capazes de consegui-lo. Efectivamente, devo dizer, que mais de uma produção nacional com amplas possibilidades de ser bem acolhida viu os seus intentos gorados por motivos mais ou menos complexos. Outras há que, em qualquer dos sentidos, nenhuma explicação revele, aparentemente, lógica. Este fenómeno também se verifica, de um modo geral, em todos os movimentos artísticos que lhe dao alma. Uma indefinição paradoxa movida na escuridão a que nos vemos muitas vezes confinados - entalados - no meio de tanta analise previamente dissecada. Nesta temática, a experiência é pouco útil, podendo mesmo ser desaconselhada. Para um diagnostico correcto, só o presente deve ser cirurgicamente investigado, livre das arrasteiras do passado no estojo de qualquer profissional.

Esta noção de indeterminação está, de facto, muito em moda na Arte actual. Mas, como em todas as modas, esta recobre uma preocupação séria, que põe singularmente em relevo um dos aspectos fundamentais do pensamento artístico contemporâneo ou seja, um conjunto de métodos que se empregam a fim de contestar a unidade tradicional da obra ocidental, e de repor em causa o papel de «demiurgo sagrado» e inviolável assumido até hoje pelo artista. Para lá da balaustrada do vanguardismo, reflectem estas experiências uma impaciência confusa e contudo generalizada perante uma tradição solidamente constituida, a obra fechada, e à qual se opõe a obra aberta. Mas essa abertura - irrupção brusca - que 'a priori' assaltou o universo de contingências associadas à literatura, pintura, teatro, dança, e, principalmente na música, significa um postulado ideológico na ordem ideológica televisiva?! Ora, precisamente, conforme debatida recentemente no Estoril Film Festival, não estará a liberdade do (tele)espectador condicionada por um tal número de pressões distintas, da ja comentada limitação das existências no mercado televisivo (e não só), que às vezes se tornam insuportáveis / insustentáveis?!.

Apresentada como mercadoria que tem que ser vendida ao maior número de consumidores, a produção de sucesso, que em nenhum país do mundo pode subsistir estrictamente limitada ao mercado nacional, fundamenta a sua expansão em meios publicitários cingidos a uma dupla vertente, dado que se trata, em primeira instância, de vender - distribuir - o produto genérico e, só depois, o produto específico que é a alma artística. Concluindo esta prospecção, o indivíduo, verdadeiro (tele)espectador em potência, ver-se-à continuamente assediado por produtos de tragamento fácil ou pelos obsessivos mexericos sobre a vida pública e privada das celebridades, muitas vezes forjada para esse fim, a troco de louvores alegando supostos escopos qualitativos?!

Resumindo, vivemos, de facto, uma reviravolta nos valores fundamentais sociais em que a decomposição do sagrado faz com que o «animal adorador» que é o ser humano busque loucamente - sucessivamente - substitutos que silenciam, com primazia, a sonância do vazio interior. Daí a enorme eficácia do culto ao virtiginoso ou à estrela, do star-system, com os quais os produtores montam as suas custosas obras e/ou campanhas publicitárias destinadas ao consumo de ressonância imediata. Quanto à eficácia política da televisão do subdesenvolvimento, com vista à saída comercial para mercados extranacionais, europeus para ser mais concreta, recusamos um país em que a certeza de não morrer de fome se converte em risco, são projecções através das quais assistimos ao drama do homem moderno em detrimento das suas mais imediatas obsessões. E neste caso, não é menos verdade que a esta sujeição é preferível uma planificação (subsidiada) modesta e eficaz debruçada sobre as necessidades nos próprios circuitos nacionais que outra, brilhante e pretensamente madrasta exótica, ao serviço do mercado estrangeiro.


Laetitea


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